Chama-se Margarida Vila Nova e é uma atriz reconhecida por todos. Mas nem todos sabem que vive em Macau há três anos: abriu duas lojas de produtos portugueses e distribui a Claus Porto na Ásia. Reapaixonou-se por Portugal.
"Antes de vestir a pele de Leonor Trigo da novela Mar Salgado (SIC), Margarida Vila-Nova passa pelo menos duas horas a consultar os e-mails vindos do outro lado do mundo. Aproveita a diferença horária com Macau para, logo pelas sete da manhã, falar com a outra Leonor (a Matias) da sua vida: a gerente da loja Mercearia Portuguesa, que há três anos a atriz abriu em Macau com o marido, o realizador Ivo Ferreira.
Nesse momento encarna o papel que tem sido exclusivamente o seu: o de empresária, dona das lojas Mercearia Portuguesa e Futura Clássica, o de distribuidora dos produtos Claus Porto para Macau, Hong Kong, Singapura e Taiwan e, desde dezembro, também do café Nicola para Macau.
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Três anos depois, a Mercearia Portuguesa está em velocidade de cruzeiro. Mas no início não foi fácil. "Havia o complexo da atriz, do "ah! agora vão brincar às lojas, são artistas"", lembra Margarida Vila-Nova sobre o primeiro contacto com alguns fornecedores. "Pagávamos tudo à cabeça, não havia isso de faturas a 30 dias. Alguns fornecedores de artesanato tinham medo da contrafação, nunca tinham exportado", descreve. Depois, houve que estudar. Aprender sobre o negócio e os produtos. "Para mim ser merceeira é como ser atriz: como atriz vou para casa decorar um texto, preparar uma personagem; se vou vender uma conserva da Pinhais, tenho de saber a sua história, que foi fundada em 1920, que é ainda uma empresa de cariz familiar", explica. "Tenho de saber a história para vender o meu peixe", brinca.
Na Mercearia Portuguesa, os portugueses representam apenas 15% da faturação. Visitantes de Hong Kong - que "vão a Macau uma vez por mês jantar jogar nos casinos e fazer compras" -, mas também do Japão e de Taiwan são o maior número de clientes. E até já conhece os seus gostos. O japonês compra lenços dos namorados de Viana do Castelo, conservas de atum de Santa Catarina e produtos da Claus Porto. Já um cliente de Hong Kong opta por conservas de sardinha, cavala ou petinga - "mas sempre picante" -, e Bordallo Pinheiro. "É um público que segue tendências", diz. "Quando sabia que ia sair um artigo em alguma revista sobre a loja, fazia encomendas, que mesmo que fossem enviadas por avião e me custassem o triplo evitavam entrar em rutura de stock no dia em que o cliente chegava", diz. "
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