REPORTAGEM DA RENASCENÇA: A bolota já não é um exclusivo do porco. Alfredo quer ver-nos a comê-la
"Cerveja, café, pastéis, pão, croquetes… tudo de bolota. Alguns empreendedores acreditam que este pode ser um alimento do futuro – ou, em termos económicos, a próxima cortiça.
Alfredo Cunhal Sendim acompanha-nos pelas suas terras da Herdade do Freixo do Meio, em Montemor-o-Novo. Vê um pedaço de plástico no chão, apanha-o e guarda-o no bolso. "Agora não estamos na época da bolota, só lá mais para Outubro", explica, apontando para uma azinheira.
Vamos a um armazém e Alfredo traz um pacote de café de bolota e outro de bolachas de bolota. Seguimos para a padaria onde a holandesa Rihana tem quase pronto um tabuleiro de pães. Alguns de bolota.
Alfredo acredita que a bolota pode vir a assumir um papel tão relevante na economia portuguesa como a cortiça. Não está sozinho: outros empreendedores estão a apostar neste fruto, geralmente associado à dieta dos porcos.
Produzir muito, consumir pouco
Por altura do 25 de Abril, as terras da herdade foram nacionalizadas, mas na década de 90 foram devolvidas à família. Desde então, Alfredo Cunhal Sendim, parente de Álvaro Cunhal, líder histórico do Partido Comunista, procura recuperar as tradições do montado português.
"A cortiça e alguma produção extensiva de animais são os únicos vectores económicos que se tiram do montado, mas a bolota pode ser claramente mais um", explica.
O potencial económico da bolota será um dos temas a tratar no simpósio que se realiza esta sexta-feira no Freixo do Meio, em Montemor-o-Novo. Mais de 50 pessoas de várias áreas vão partilhar conhecimento sobre este produto alimentar. "
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